ENTREVISTA COM MATHEUS PONTES

23/10/2020
1• Recentemente lançou seu livro "Canções de bruxas e rapsódias de fadas negras", qual é a sensação de tê-lo finalmente lançado?

Foi uma verdadeira realização colocar esse livro no papel, acho que muita gente hoje em dia quer escrever um livro ou até vários livros, quer contar uma história e embora tenha a motivação pra iniciar dificilmente tem a motivação o suficiente para concluir a sua história, e minha motivação se deu pelo concurso cultural da Editora Coerência, foi um período fixo que me obriguei a escrever esse livro me abstendo de todos os demais hobbies e no penúltimo dia para a entrega olhando aquele texto pronto eu pensei, é isso não é? Eu consegui colocar começo, meio e fim a um manuscrito não foi?

2• Como foi o processo de criação da história?

Eu frequento a anos uma rede social de games o Alvanista, recomendo muito por sinal se você gosta de jogos (eu mesmo gosto mais de jogos do que de livros) e através de um jogo de RPG chamado Persona que é parte de uma franquia bem maior e mais vasta de jogos eu vim a conhecer seres de outras mitologias, lendas e folclores. Eu aprofundei meu interesse por várias destas figuras, lendas e mitologias, particularmente pelas mais obscuras como eslavas e védicas por exemplo o que me levou a realizar um trabalho de estudar e realizar postagens semanais com cada um destes seres, o Know Your Demon que eu fiz por dois anos. O fato é que esse projeto me deu muitas ideias e quando vi o anuncio do concurso eu me desafiei a escrever este livro em 30 dias e bem, venci o desafio. O mais difícil acabou sendo as pesquisas históricas e locais para os cenários pois os contos se desenrolam em diferentes países da Europa e eu gastei tipo, de 15 a 20 dias pra pesquisar hábitos e lugares destes povos.

3• O lançamento oficial da obra será durante a Flisp 2020, quais são suas expectativas em relação a este momento?

Devido a pandemia do COVID e da ausência da bienal este ano eu acredito que se formou um tipo de vácuo no mercado, pelo menos este ano e o evento pode atrair um número de leitores que podem ter ficado carente da experiência de feira, do contato visual maior com escritores e livros, com criador e criatura. Com as precauções maiores com respeito ao COVID que instituições e pessoas estão tomando e que devem continuar a tomar os eventos menores e alternativos como a FLISP e talvez os maiores podem ter sua organização efetuada com sucesso.

4• Como você avalia o mercado literário no Brasil?

Eu sempre fui um cara meio pessimista com realidades na qual estou incluso, no caso de achar que é mais trabalhosos encarar o mercado de livros muito por causa da concorrência isso porque em um lado o mercado melhorou nestes anos, se tornou mais fácil publicar livros com estes anos e se proliferou também o número de editoras e mesmo sem editoras existe uma leva de escritores fazendo sem próprio nome como escritores independentes. Só que eu tenho a impressão de que o que temos hoje é muito mais casos de pessoas que já leem livros lendo mais livros do que pessoas que não leem livros começando a ler, formar novos leitores parece ser difícil o que não quer dizer que não ocorra.

5• Qual autor é sua grande inspiração?

Para o Canções de Bruxas eu tenho como inspiração Edgar Allan Poe e Lovecraft, o primeiro escreve muito bem e o outro sabe escrever bem sobre o desconhecido, além de um pouco de Douglas Adams com respeito a seus absurdos embora seja uma inspiração mais involuntária, cito também Wilson do Estranhas Estórias pela Editora Morningstar. Tenho algumas figuras fora dos livros que me inspiram também como Guilhermo Del Toro nos cinemas com seu Labirinto do Fauno, Kentaro Miura com seu manga Berserk e Hidetaka Myazaki diretor e auteur da franquia Dark Souls, embora os dois últimos não tenham influencia alguma no Canções de Bruxas.

6• A pandemia afetou seu cronograma para este ano?

Afetou, eu planejava fazer uma viagem para fora para passeio, mas também para pesquisa de campo para um outro livro mas a viagem foi adiada pela pandemia sem pensar duas vezes. Mas também colhi bons frutos, aproveitei o fechamento de vários estabelecimentos e me propus a escrever um outro livro mais importante em 60 dias, ao menos o primeiro manuscrito de uma obra mais ambiciosa pelo exercício da escrita e consegui. Alias, não existe bons frutos desta pandemia, o que eu fiz foi um controle de danos.

7• O que podemos esperar nos próximos meses?

Bom ainda estou colhendo os frutos do Canções de Bruxas, mas ano que vem após finalizar alguns projetos pessoais devo voltar com o Know Your Demon para estudo de lendas para os próximos livros além de dar inicio a um canal no YouTube sobre literatura, que pretendo usar de paralelo a um estudo de literatura e escrita que farei para beneficio próprio.
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